Maringá não atinge metas do Programa Cidades
Sustentáveis
 
O resultado parcial da pesquisa, em andamento, realizada pelo
Observatório das Metrópoles Núcleo UEM/Maringá, demonstra que a Cidade não está
conseguindo cumprir com as metas da área de saúde, assumidas  em carta-compromisso assinada pelo prefeito
Roberto Pupin.
A Plataforma Cidades Sustentáveis foi lançada em 2010 com o intuito de sensibilizar
e mobilizar as cidades brasileiras a desenvolverem de forma econômica, social e
ambientalmente sustentável. Em conjunto, foi criada uma carta-compromisso destinada
aos candidatos ao governo, os quais se comprometeriam a realizar uma gestão pública
voltada ao desenvolvimento justo e sustentável. Em 2011, foi lançado o Programa
Cidades Sustentáveis, que abrange a plataforma, tendo como foco as eleições municipais
que aconteceram em 2012. Nessa condição, os signatários da carta-compromisso se
comprometeram a promover a Plataforma Cidades Sustentáveis em seus municípios,
alimentando seus indicadores básicos ao final de cada ano de gestão.   
Roberto Pupin, prefeito da cidade de Maringá-PR, eleito em 2012, foi um signatário
da carta-compromisso, inscrevendo a cidade no programa e se comprometendo atingir
as metas propostas. 
O resultado
parcial demonstra que os indicadores de saúde, de 2012 a 2014, apresentam
divergências entre os dados apurados pela equipe do Observatório das Metrópoles
com os apresentados pela Prefeitura. As fontes de dados e a metodologia
utilizada são propostas pelo Programa Cidades Sustentáveis para coleta de
informações e cálculo dos treze indicadores que compõem o eixo “Ação Local para
a Saúde”, (anexo) apresentado na Plataforma Cidade Sustentáveis para o
município de Maringá. Os dados apresentados na tabela abaixo possibilitam a
comparação entre os resultados apresentados pela Prefeitura Municipal de
Maringá, pelo Programa Cidade sustentáveis e com o Resultado Coletado pelo
Observatório das Metrópoles.
 
Tabela 1:
dados apresentados pela Prefeitura, Programa Cidade sustentáveis e Resultado
Coletado pelo Observatório das Metrópoles
 
  | 
   
Indicadores 
 | 
  
   
Meta 
 | 
  
   
Ano 
 | 
  
   
Prefeitura 
 | 
  
   
Cidades Sustentáveis 
 | 
  
   
Resultado Coletado 
 | 
  
   
Fonte 
 | 
 
  | 
   
Baixo peso ao nascer 
 | 
  
   
Crianças nasc. vivas
  com + de 2,5 kg 
 | 
  
   
2012 
 | 
   | 
  
   
9,42 
 | 
  
   
9,56 
 | 
  
  
 | 
 
  | 
   
2013 
 | 
  
   
8,7 
 | 
  
   
8,79 
 | 
  
   
8,73 
 | 
 
  | 
   
Desnutrição infantil 
 | 
  
   
Nenhuma criança
  desnutrida 
 | 
  
   
2012 
 | 
  
   
0,4 
 | 
  
   
0,41 
 | 
  
   
1,2 
 | 
  
   
DATASUS 
 | 
 
  | 
   
2013 
 | 
   | 
   | 
  
   
1,26 
 | 
 
  | 
   
2014 
 | 
   | 
   | 
  
   
1,36 
 | 
 
  | 
   
Doenças de veiculação
  hídrica 
 | 
  
   
IQA bom ou ótimo 
 | 
  
   
2012 
 | 
  
   
0,6 
 | 
  
   
0,6 
 | 
  
   
1,22 
 | 
  
   
DATASUS 
 | 
 
  | 
   
2013 
 | 
   | 
   | 
  
   
0,6 
 | 
 
  | 
   
2014 
 | 
   | 
   | 
  
   
0,43 
 | 
 
  | 
   
Equipamentos
  esportivos 
 | 
  
   
1 para 10 mil Hab. 
 | 
  
   
2012 
 | 
   | 
  
   
3,27 
 | 
   | 
  
   
  
 | 
 
  | 
   
2013 
 | 
  
   
1,8 
 | 
  
   
3,32 
 | 
   | 
  
   
  
 | 
 
  | 
   
Gravidez
  na adolescência 
 | 
  
   
10% até
  2016 
 | 
  
   
2012 
 | 
   | 
  
   
9,99 
 | 
  
   
9,97 
 | 
  
  
 | 
 
  | 
   
2013 
 | 
  
   
1 
 | 
  
   
10 
 | 
  
   
9,96 
 | 
 
  | 
   
Leitos
  hospitalares 
 | 
  
   
2.5 a 3 a
  cada 1000 Hab. 
 | 
  
   
2012 
 | 
  
   
3,5 
 | 
  
   
3,58 
 | 
  
   
3,3 
 | 
  
  
 | 
 
  | 
   
2013 
 | 
   | 
   | 
  
   
3,5 
 | 
 
  | 
   
2014 
 | 
   | 
   | 
  
   
3,54 
 | 
 
  | 
   
Mortalidade
  infantil 
 | 
  
   
zerar 
 | 
  
   
2012 
 | 
   | 
  
   
10,09 
 | 
  
   
10,66 
 | 
  
  
 | 
 
  | 
   
2013 
 | 
  
   
9,6 
 | 
  
   
9,61 
 | 
  
   
9,54 
 | 
 
  | 
   
Mortalidade
  materna 
 | 
  
   
zerar 
 | 
  
   
2012 
 | 
   | 
  
   
2,1 
 | 
  
   
2,09 
 | 
  
  
 | 
 
  | 
   
2013 
 | 
  
   
2 
 | 
  
   
2,04 
 | 
  
   
4,06 
 | 
 
  | 
   
Mortalidade por
  doenças do aparelho circulatório 
 | 
  
   
10% até 2016 
 | 
  
   
2012 
 | 
   | 
  
   
14,62 
 | 
  
   
4,84 
 | 
  
   
DATASUS 
 | 
 
  | 
   
2013 
 | 
  
   
14,5 
 | 
  
   
14,59 
 | 
  
   
4,64 
 | 
 
  | 
   
2014 
 | 
   | 
   | 
  
   
4,08 
 | 
 
  | 
   
Mortalidade por
  doenças do aparelho respiratório 
 | 
  
   
10% até 2016 
 | 
  
   
2012 
 | 
   | 
  
   
5,09 
 | 
  
   
3,86 
 | 
  
   
DATASUS 
 | 
 
  | 
   
2013 
 | 
  
   
5,9 
 | 
  
   
5,91 
 | 
  
   
2,64 
 | 
 
  | 
   
2014 
 | 
   | 
   | 
  
   
2,76 
 | 
 
  | 
   
Pessoas infectadas com
  dengue 
 | 
  
   
zerar 
 | 
  
   
2012 
 | 
  
   
1,82 
 | 
  
   
1,82 
 | 
  
   
0,63 
 | 
  
   
DATASUS 
 | 
 
  | 
   
2013 
 | 
   | 
   | 
  
   
4,22 
 | 
 
  | 
   
2014 
 | 
   | 
   | 
  
   
9,04 
 | 
 
  | 
   
Pré-natal insuficiente 
 | 
  
   
zerar 
 | 
  
   
2012 
 | 
  
   
16,8 
 | 
  
   
16,8 
 | 
  
   
16,75 
 | 
  
   
DATASUS 
 | 
 
  | 
   
2013 
 | 
   | 
   | 
  
   
16,43 
 | 
 
  | 
   
Unidades básicas de
  saúde 
 | 
  
   
1 para 10 mil Hab. 
 | 
  
   
2012 
 | 
   | 
  
   
1,06 
 | 
  
   
0,79 
 | 
  
   
DATASUS 
 | 
 
  | 
   
2013 
 | 
  
   
0,7 
 | 
  
   
1,06 
 | 
  
   
0,8 
 | 
 
  | 
   
2014 
 | 
   | 
   | 
  
   
0,87 
 | 
 
  | 
   
Fonte: Observatório das Metrópoles Núcleo
  UEM/Maringá 
 | 
 
 
Baseando-se na tabela acima, sete
dos indicadores possuem valores consideravelmente discrepantes em no mínimo um
dos anos analisados. Dentre eles três possuem discrepância positiva. São eles:
mortalidade por doenças do aparelho circulatório, Mortalidade por doenças do
aparelho respiratório, e pessoas infectadas com dengue, mas é importante
ressaltar que a fonte descrita no site do programa não era o DATASUS para os
dois primeiros indicadores citados anteriormente, podendo assim existir a
ocorrência de erros. Ademais, apesar do índice de infectados pelo vírus da
dengue se mostrar menor em 2012, o mesmo teve um crescimento excessivo em 2014,
chegando a um índice de 9,04. 
Os outros índices contraditórios
são: desnutrição infantil, doenças com veiculação hídrica, mortalidade materna,
e unidades básicas de saúde. Ressalta-se ainda que para o cálculo do índice de
crianças desnutridas foi usado somente crianças com menos de 1 ano, ao passo
que o site fornece dados para menores de 5 anos. Mesmo nesse cenário, o número
de desnutridos encontrado no DATASUS é demasiadamente maior que o encontrado no
site do programa. Quando se fala de mortalidade materna, em 2013, tem-se que o
valor encontrado é 99,02% maior que o esperado. O indicador unidades básicas de
saúde chama atenção, visto que o índice encontrado para 2014 não supera o
disponível na plataforma Cidades Sustentáveis para o ano de 2012. Este índice
também conta com divergência quando comparado ao dado fornecido pelo site da
prefeitura do estado. Nessas condições o mesmo, apresenta três valores
indicativos distintos para um mesmo ano. 
Se tratando de aparelhos públicos
esportivos tem-se diferença entres sites. A prefeitura disponibiliza um valor
de 1,8, contra 3,32 da plataforma. É considerada a possibilidade de erro ao
alimentar a primeira fonte, dado que é possível encontrar no mesmo portal dados
que, quando calculados de acordo com a metodologia disponível, chegariam a um
valor coerente com o comparado. Tem-se também que não foi possível coletar
todos os dados na fonte para a realização do calculo matemático proposto. 
É importante ressaltar que vários indicadores estão muito distantes das
metas que deveriam ser cumpridas ainda nesta gestão.
 
Observatório das Metrópoles Núcleo UEM/Maringá
Coordenação:
Ana Lucia Rodrigues
Coordenação da
Pesquisa: 
Camila Franco Kotsifas
Participantes:
Lorena Mazia Enami
Victoria Silva de Melo
Douglas Marcato Martins
Luiz Donadon Leal
ANEXO
RELATÓRIO PARCIAL DE PESQUISA:
 
 
  | 
   
Indicadores 
 | 
  
   
Descrição 
 | 
 
  | 
   
Baixo peso ao nascer 
 | 
  
   
Percentual de crianças nascidas
  vivas com menos de 2,5 kg, em relação ao total de nascidos vivos 
 | 
 
  | 
   
Desnutrição infantil 
 | 
  
   
Percentual de crianças menores
  de 5 anos desnutridas, em relação ao total de crianças nesta faixa etária 
 | 
 
  | 
   
Doenças de veiculação hídrica 
 | 
  
   
Número de atendimentos por
  doenças de veiculação hídrica por 10 mil habitantes (Principais doenças:
  Febre Tifóide, Febre Paratifóide, Shigeloses, Cólera, Hepatite, Amebíase,
  Giardíase, Esquistossomose, Ascaridíase, leptospirose) 
 | 
 
  | 
   
Equipamentos esportivos 
 | 
  
   
Número de equipamentos públicos
  de esporte para cada 10 mil habitantes 
 | 
 
  | 
   
Gravidez na adolescência 
 | 
  
   
Percentual de nascidos vivos
  cujas mães tinham 19 anos ou menos, sobre o total de nascidos vivos de mães
  residentes 
 | 
 
  | 
   
Leitos hospitalares 
 | 
  
   
Proporção de leitos
  hospitalares públicos e privados disponíveis por mil habitantes 
 | 
 
  | 
   
Mortalidade infantil 
 | 
  
   
Proporção de óbitos de crianças
  menores de um ano em cada mil crianças nascidas vivas de mães residentes 
 | 
 
  | 
   
Mortalidade materna 
 | 
  
   
Proporção de óbitos femininos
  por causas maternas, em relação aos nascidos vivos de mães residentes no
  município, por 10 mil nascidos vivos 
 | 
 
  | 
   
Mortalidade por doenças do
  aparelho circulatório 
 | 
  
   
Número de mortes por doenças do
  aparelho circulatório, por 10 mil habitantes As principais causas de morte
  relacionadas ao aparelho circulatório são o AVC (acidente vascular cerebral),
  também conhecido como derrame, doença isquêmica do coração e infarto do
  miocárdio 
 | 
 
  | 
   
Mortalidade por doenças do
  aparelho respiratório 
 | 
  
   
Número de mortes por doenças do
  aparelho respiratório, por 10 mil habitantes 
 | 
 
  | 
   
Pessoas infectadas com dengue 
 | 
  
   
Número de pessoas infectadas
  com dengue, por 10 mil habitantes, por ano, no município 
 | 
 
  | 
   
Pré-natal insuficiente 
 | 
  
   
Percentual de nascidos vivos
  cujas mães fizeram menos de 7 consultas pré-natal 
 | 
 
  | 
   
Unidades Básicas de Saúde 
 | 
  
   
Número de unidades básicas
  públicas de atendimento em saúde, por 10 mil habitantes 
 | 
 
   | 
   |