quarta-feira, 27 de maio de 2020

Observatório das Metrópoles Núcleo UEM/Maringá realiza Live em comemoração aos seus 15 anos





Na próxima quinta feira (04/6) as 15:00hs acontece a Live “15 Anos do Núcleo UEM/Maringá Observatório das Metrópoles: nossas pesquisas”, com a participação da professora Ana Lucia Rodrigues – atual coordenadora; professora Celene Tonella – próxima vice-coordenadora do Núcleo, que assumirá em meados de julho/agosto e da professora Fabiola Cordovil professora e pesquisadora do Núcleo,  que vão falar um pouco de suas trajetórias na implantação do Núcleo de Maringá e também sobre suas pesquisas em andamento.  Os eventos comemorativos começaram no dia quinze de maio com o lançamento do selo comemorativo, no dia vinte um, com a participação da professora Ana Lucia e do professor Luiz Cesar de Queiroz Ribeiro (UFRJ) coordenador Nacional,  foi realizado o evento que apresentou as trajetórias do Núcleo de Maringá e sua perspectivas e no dia 26 de maio os professores William Borges e Ricardo Töws falaram de suas trajetórias e das pesquisas que desenvolvem atualmente no Observatório.
Desde o inicio de maio o Núcleo de Maringá está passando por um processo de transição da coordenação do Núcleo. A professora Ana Lucia deixará a coordenação, e o professor William Borges, do departamento de Administração, assumirá a função, tendo como vice coordenadora a professora Celene Tonella do departamento de Ciência Sociais, ambos da UEM.
O Observatório das Metrópoles é uma rede de pesquisadores organizada no Brasil em dezesseis núcleos localizados em regiões metropolitanas brasileiras. Para os eventos serão convidados os pesquisadores, estagiários, bolsistas que atuaram ou passaram pelo Observatório. Acompanhe nossa Live pelos links:https://www.youtube.com/user/ObsMetropoles 


domingo, 24 de maio de 2020

Observatório das Metrópoles Núcleo UEM/Maringá realiza mais um evento de comemoração dos 15 anos




Será realizada nesta terça feira (26/5) às 15h00, a Live “15 Anos do Núcleo UEM/Maringá Observatório das Metrópoles: nossas pesquisas” ( https://www.youtube.com/user/ObsMetropoles  e https://www.facebook.com/observatoriometropolesmaringa ), com a participação da professora Ana Lúcia Rodrigues – atual coordenadora; professor William Borges – próximo coordenador do Núcleo, que assumirá em meados de julho/agosto e de Ricardo Töws, professor e pesquisador do Núcleo, que vão tratar sobre as pesquisas em andamento no Observatório das Metrópoles de Maringá. As comemorações aos 15 Anos tiveram início no dia quinze de maio com o lançamento do selo comemorativo. Prosseguiram no dia vinte um com a participação da professora Ana Lucia e do professor Luiz Cesar de Queiroz Ribeiro (UFRJ), coordenador Nacional, em evento que apresentou as trajetórias do Núcleo de Maringá e suas perspectivas. Esse período de comemorações vem sendo marcado, também, por um processo de transição em que a professora Ana Lucia deixará a coordenação do Núcleo, que será assumida pelo professor William Borges, do departamento de Administração e pela professora Celene Tonella, como vice coordenadora, do departamento de Ciências Sociais. 
O Observatório das Metrópoles é uma rede nacional de pesquisadores com dezesseis núcleos localizados em regiões metropolitanas brasileiras. Para os eventos são convidados todos os pesquisadores, estagiários, bolsistas que atuaram ou passaram pelo Observatório. A programação será disponibilizada nas redes sociais.

sexta-feira, 15 de maio de 2020

Observatório das Metrópoles Núcleo UEM/Maringá comemora 15 anos





Com o lançamento do selo, estamos iniciando as comemorações dos 15 anos de existência do Núcleo do Observatório das Metrópoles em Maringá. No início do ano colocamos no planejamento anual das atividades do Núcleo uma série de eventos presenciais com a finalidade de marcar a importância desse momento. No entanto, em função da pandemia, fizemos os ajustes necessários para adequar as comemorações às atuais condições. Iniciamos com o lançamento do selo comemorativo e, até o mês de agosto, estaremos divulgando em nossas redes sociais matérias e publicações que resgatarão um pouco da história do Observatório das Metrópoles em Maringá. Uma história iniciada em 2005 e construída ao longo desses quinze anos, por muitas mãos e pessoas das mais diferentes áreas de atuação, dispostas a contribuir com o desafio de desenvolver aqui na Região Metropolitana de Maringá, projetos de pesquisa, ações de intervenção, trabalhos de extensão, processos de formação tanto na graduação como na pós-graduação, além do desafio de trabalhar conectados em rede com os demais núcleos do Observatório, localizados em outras quinze regiões metropolitanas brasileiras. Ao vasculhar nossos arquivos e olhar nossa história, passados esses quinze anos, acabamos por perceber a significativa dimensão do papel que o Núcleo de Maringá cumpriu e está cumprindo na relação da universidade com a sociedade, seja quando participa ativamente da vida da cidade e da região metropolitana, ou subsidiando organizações sociais, prefeituras, movimentos etc. Então, ao resgatar nossa trajetória, estamos também num processo de avaliação do que fizemos e da forma de nossa organização e, ao mesmo tempo, fazendo uma reflexão sobre os próximos anos de vida. Nesse sentido, convido nossas e nossos pesquisadores, estagiários, bolsistas e todos os que, durante algum tempo de suas vidas, atuaram ou passaram pelo Observatório, que comemorem com a gente a construção desse Núcleo de pesquisa. Agradeço a Izabela Bombo e o Vinícius Alves de Araujo pela criação do selo que marca com extrema qualidade os 15 anos do nosso Núcleo. Nossa gratidão e obrigado a todos e nos acompanhe pelas redes sociais:

Ana Lucia Rodrigues
Coordenadora do Observatório das Metrópoles Núcleo UEM/Maringá.


EVENTOS PROGRAMADOS
15/5

Lançamento do Selo Comemorativo dos 15 Anos
Núcleo UEM/Maringá do Observatório das Metrópoles.
Reunião dos pesquisadores / Grupo Gestor do Núcleo UEM/Maringá.
Divulgação nas redes sociais


21/5

Live: 15 Anos do Núcleo UEM/Maringá Observatório das Metrópoles: trajetórias e perspectivas.
Ana Lucia Rodrigues coordenadora do Núcleo
Luiz Cesar de Queiroz Ribeiro coordenador Nacional
21/5 – quinta feira – 17 horas
youtube.ObsMetropoles


26/5

Live: 15 Anos do Núcleo UEM/Maringá Observatório das Metrópoles: nossas pesquisas
Ana Lucia Rodrigues coordenadora do Núcleo
William Borges – próximo coordenador do Núcleo
Ricardo Töws - pesquisador do Núcleo
26/5 – 15 horas


04/6

Live: 15 Anos do Núcleo UEM/Maringá Observatório das Metrópoles: nossas pesquisas
Ana Lucia Rodrigues coordenadora do Núcleo
Celene Tonella – próxima vice coordenadora do Núcleo
Fabiola Cordovil - pesquisadora do Núcleo
04/6 – 15 horas



Próximos eventos serão divulgados nas redes sociais




segunda-feira, 11 de maio de 2020

TCCC QUER NEGÓCIO SEM RISCO: O PREJUÍZO FICA PARA A PREFEITURA E O LUCRO PARA A EMPRESA





Ana Lúcia Rodrigues
Doutora em Sociologia Urbana com Pós-Doutorado em Urbanismo

Desde o início do processo da Licitação do Transporte Coletivo em Maringá (2011), venho me posicionando, em ações do Observatório das Metrópoles da UEM e do Fórum Maringaense pelo Direito à Cidade, contra as garantias excessivas que a prefeitura acabou oferecendo à Empresa Concessionária no “Contrato de Concessão para Prestação e Exploração do Serviço Público de Transporte Coletivo de Passageiros do Município de Maringá/PR”, assinado pelo prefeito Silvio Barros II no fatídico dia 16/11/2011.

 

Não à toa minha posição contrária, mas porque o próprio Estudo Técnico (“Pesquisa Básica”) da Licitação mostrava que eram 125 mil passageiros por dia útil, mas esse número de usuários vinha diminuindo 0,69% ao ano, nos últimos 10 anos (SETRAN, jun/2010).
Na contramão dos estudos da Pesquisa Básica, o então prefeito Silvio Barros II, procedeu a Licitação[1] na qual, obviamente, a vencedora foi a TCCC e ofereceu no Contrato benefícios e garantias à Concessionária que resultam exatamente nos descabidos pedidos de ressarcimento que a empresa agora faz à Prefeitura, pois o número de passageiros continuou a diminuir, conforme estava demonstrado. O Contrato assinado garante que:
O CONCEDENTE [a prefeitura] assumirá o risco de redução da quantidade de passageiros em relação aos números apresentados no PROJETO BÁSICO, que nortearam a elaboração da PROPOSTA FINANCEIRA, promovendo o ajuste do equilíbrio econômico-financeiro, quando for o caso, nos termos deste CONTRATO... em razão do qual a Lei ou o presente contrato assegure a recomposição do equilíbrio econômico-financeiro da concessão (grifos meus).
Oras, como assim? Todos sabiam que a redução de passageiros vinha se dando na década e que, muito provavelmente, continuaria, principalmente após a assinatura do contrato que trará os lucros esperados à concessionária, com ou sem passageiros. Todos também sabem que, assim como as outras empresas que atuam numa economia liberal capitalista, a TCCC também deveria arcar com o risco de prejuízos. Talvez, oferecendo um serviço que atraísse passageiros para o transporte coletivo, mas, não! O prefeito Silvio Barros II assinou um contrato em que a Prefeitura assumiu o risco econômico isentando a empresa de prejuízos com a diminuição de passageiros.
Agora a TCCC aciona a Justiça e vê garantido o que está no Contrato. Resultado: todos nós, cidadãos, teremos que pagar para que capitalismo praticado pela TCCC seja sem risco.
Os interesses dos usuários nunca estiveram assegurados, pois a Licitação, (i) não estabeleceu o menor preço da tarifa padrão como critério de concorrência; (ii) o prazo da concessão é de 40 anos (20 + 20 anos); (iii) a empresa não tem concorrência pois foi garantido monopólio, que somente pode ser quebrado mediante pagamento corrigido do valor total do contrato; (iv) e o contrato é de 1 bilhão e 150 milhões de reais.
A Câmara de Vereadores já realizou CPIs sobre a tarifa e sobre o transporte, mas nunca nada mudou, efetivamente. Está na hora de os Vereadores se posicionarem, não eleitoralmente, mas em defesa do artigo 6º da Constituição Federal que define o transporte como direito social da população, sem apelar aos complicados e ininteligíveis aspectos técnicos do tema do transporte.
Afinal, todos sabem que o atual Contrato do Município com a TCCC está gerando pendências judiciais com pedidos de indenização por parte da empresa, que alega desequilíbrio financeiro desde o inicio, o que poderá levar o Município a ter que desembolsar muito dinheiro, por um serviço não realizado pela empresa, pois o desequilíbrio alegado se dá em função da queda anual do número de pessoas que utiliza o transporte coletivo.

A última ação recente que fizemos foi subscrever a “Nota sobre Situação Econômica dos Transportes Públicos no Brasil e o Programa Emergencial do Transporte Social”, de iniciativa do IDEC-Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor, assinada pelo Observatório das Metrópoles-Maringá/UEM junto a mais de 40 entidades brasileiras (https://observatoriodasmetropolesmaringa.blogspot.com/2020/05/nota-sobre-situacao-economica-dos_11.html?fbclid=IwAR0F7IfTQ6S7E4XA7BBVtH079nD__tSxx9PZwpyRGK6SYPp7binvVpnK2NM).

 

Afinal, é pandemia, é momento de exceção, é momento das empresas assumirem sua Responsabilidade Social; é hora de priorizar a vida. Não é, certamente, a hora de a Empresa Concessionária de Transporte espoliar o Orçamento Municipal para garantir seus lucros, talvez, questionáveis. Agora é hora de redefinição de modelo tarifário; é hora de defender a isenção de tarifa e, para isso, criar o Fundo para custear essa política com diversas fontes (IPVA; Recursos do Estacionamento Rotativo; IPTU; Subsídio Estadual; Fontes do Município). Pois, todos os argumentos já amplamente difundidos pelos especialistas da área de mobilidade, afirmam que é justo dividir as responsabilidades pelos custos do transporte público com quem opta por utilizar o transporte individual e é consenso absoluto a necessidade de reduzir carros nas ruas, visando uma melhor qualidade de vida nas cidades.


[1] Que questionamos na Justiça, sendo nosso pedido acatado na 1ª. Instância mas, rejeitado na 2ª. Instância, pelo TJ do Paraná.

Nota sobre Situação Econômica dos Transportes Públicos no Brasil e o Programa Emergencial do Transporte Social





Carta sobre cuidados com transporte coletivo e pandemia do coronavírus é lançada com propostas de medidas emergenciais que beneficiem trabalhadoras/es, usuários/as e mobilidade.
Cerca de 40 organizações da sociedade civil e movimentos sociais de todo o Brasil que atuam na temática de mobilidade e direitos humanos enviou, no dia 17/4, propostas a órgãos governamentais, municipalistas e empresariais com posicionamento unificado sobre a situação econômica e social dos transportes públicos e o Programa Emergencial Transporte Social, que compõe projeto de lei em discussão no Congresso. A iniciativa se deu diante da crise que a pandemia do novo coronavírus tem causado no setor. O serviço público de transportes é de caráter essencial e está previsto na Constituição Federal como direito social. É necessário, portanto, garantir a cidadãs e cidadãos o mínimo acesso a atividades essenciais socioeconômicas e urbanas.
No caso da pandemia de Covid-19, isso inclui, por exemplo, acesso a rede de saúde local e transporte para trabalhadores e trabalhadoras de serviços essenciais, entre outras necessidades.
O setor vem enfrentando problemas estruturais desde antes da crise sanitária e da consequente necessidade de isolamento social. Esses problemas tornam a solução mais difícil nesse momento. A redução do número de usuários, resultado das medidas de isolamento social, gerou queda de arrecadação no setor e tem revelado falhas históricas, como falta de recurso para garantir o direito social ao transporte e custeio baseado integralmente no pagamento da tarifa pelo usuário e pela usuária. Com base nisso, entidades abaixo assinadas apresentaram carta com diretrizes sobre o sistema de transporte, encaminhada a autoridades do setor e ao Congresso Nacional, tendo em vista o Projeto de Lei 2025/2020, que cria o Programa Emergencial Transporte Social, em tramitação no Congresso.
Assim, considerando o exposto acima e ressaltando a importância do artigo 6º da Constituição Federal, que define o transporte como direito social, propomos como medidas emergenciais dos governos federal, estaduais e municipais:
Garantir oferta mínima de transporte coletivo e uso de créditos do programa em todos os horários do dia, ajustando o serviço para evitar aglomeração de pessoas, com a limpeza e higiene necessárias;
Dialogar com usuários para garantia de frota conforme a necessidade;
Garantir estabilidade de emprego dos trabalhadores e das trabalhadoras rodoviários/as, com manutenção do nível salarial e utilização dos recursos aportados, garantindo saúde e segurança no trabalho;
Aportar recursos baseados no sistema remunerado a preço de custo, com base em planilhas de controle públicos, em detrimento ao que feito em geral nos municípios, com sistema baseado exclusivamente no pagamento da tarifa por usuários e usuárias;
Contemplar remuneração por custo como mecanismo permanente, por meio de recursos em aditivos e alterações de contrato nas concessões municipais de transporte público;
Dar publicidade e transparência total, por parte do Governo Federal, aos recursos aportados e número de beneficiários do programa, e também, por parte dos governos locais sobre recursos utilizados e custos dos sistemas envolvidos;
Ofertar auxílio federal para municípios para gestão do programa como experiência de controle de receita e de contas do serviço de transportes, bem como práticas para revisão e redução de custos do serviço;
Buscar soluções similares para cidades que não dispõem de bilhetagem eletrônica, bem como para sistemas de trilhos, compatibilizando-se com as especificidades deste sistema;
Promover e apoiar nos municípios ações concretas para a mobilidade ativa, por bicicleta ou a pé, com possibilidade de integração aos outros modos de transporte coletivo para reduzir ocupação dos transportes e dar alternativas de deslocamento aos cidadãos;
Buscar, no médio prazo, instituir fundo de transportes Inter federativo, com amplo debate público, destinando recursos para financiamento progressivo do transporte coletivo, em linha com a Política Nacional de Mobilidade Urbana (PNMU), destinando recursos de transporte individual e demais setores beneficiados pelo transporte público;
Adoção pelos municípios de soluções próprias como: utilização de subsídios de acordo com legislação local; aditivos contratuais ou mudanças na gestão para busca dos objetivos apontados no texto como a remuneração por custo; mobilidade ativa, por bicicleta ou a pé, para a reduzir ocupação dos transportes;  gratuidade no transporte, permitindo o embarque pela porta traseira dos veículos como medida de diminuição do contato físico de trabalhadores com usuários e de redução do impacto na renda das famílias.


Assinam:
Agenda Popular do Território/DF; Ameciclo - Associação Metropolitana de Ciclistas do Recife; Andar à Pé – DF; Bigu Comunicativismo; BrCidades; Casa Fluminense; Centro Popular de Direitos Humanos; Ciclocidade - Associação de Ciclistas Urbanos de São Paulo; Cidadeapé - Associação Pela Mobilidade a Pé em São Paulo; Fórum Paraibano da Pessoa com Deficiência; Idec - Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor; Inesc - Instituto de Estudos Socioeconômicos; Instituto Aromeiazero; Instituto de Arquitetos do Brasil - Departamento Distrito Federal - IAB/DF; Instituto de Arquitetos do Brasil - Departamento Rio Grande do Sul - IAB/RS; Instituto de Arquitetos do Brasil - Departamento São Paulo - IAB/SP; Instituto de Cidadania Empresarial do Maranhão- ICE-MA; Instituto Ilhabela Sustentável; Instituto Maranhão Sustentável; Instituto Nossa Ilhéus; Instituto de Pesquisa em Direito e Tecnologia do Recife- IP.rec; Instituto Urbe Urge; ITDP - Instituto de Políticas de Transporte e Desenvolvimento; Minha Campinas; Movimento Nossa Brasília; Movimento Nossa BH; Movimento Passe Livre - Distrito Federal e entorno; Movimento Passe Livre – Niterói; Movimento Passe Livre - São Paulo; Observatório do Recife; Observatório das Metrópoles - Núcleo UEM/Maringá; Programa Cidades Sustentáveis; Renfa-PE - Rede Nacional de Feministas Antiproibicionistas em Pernambuco; Rodas da Paz ; Rede Nossa São Paulo; Soma Brasil; Tarifa Zero BH; UCB - União de Ciclistas do Brasil.

Leia a nota na íntegra: https://bit.ly/3aHgbdP
Saiba mais:
Projeto de Lei 2025/2020: https://bit.ly/3bXSekd
Política Nacional de Mobilidade Urbana: https://bit.ly/3f2Zw7V

terça-feira, 31 de março de 2020

A REGIÃO METROPOLITANA DE MARINGÁ (RMM) E A EPIDEMIA DE CORONAVIRUS (COV19).


NOTA TÉCNICA AOS PREFEITOS DA REGIÃO METROPOLITANA DE MARINGÁ-PR
Maringá-PR, 31 de março de 2020.

Até o presente momento, a grave crise da pandemia do coronavírus que afeta o mundo, tem sido dimensionada através de relatórios médicos, principalmente, dos óbitos e contaminados por cidades.
Ocorre, que observada a distribuição geográfica desses fatos, podemos verificar que eles se concentram em regiões geográficas ou aglomerações urbanas, não exatamente em cidades, como se estas fossem ilhas. A questão é que pelos dados que dispomos, parece que quando se contam os primeiros casos de coronavirus, a população ou agentes públicos consideram, somente, o tamanho da população da cidade, porém, à medida que a epidemia avança é o tamanho da população da região metropolitana que determinará a magnitude dos efeitos.
Veja-se que se fala da cidade de Milan, como se os efeitos devastadores fossem somente nessa cidade, quando na verdade, os efeitos estão sendo na região metropolitana de Milão, com especial destaque em Bergamo, que forma parte da aglomeração urbana em torno da capital metropolitana da região da Lombardia.
Do mesmo modo, no caso de Wuhan, se trata de uma região metropolitana, altamente conurbada, com mais de 10.000.000 de habitantes, cuja capital é um importante centro de transporte, com dezenas de ferrovias, estradas e rodovias que percorrem a cidade e se conectam com outras grandes cidades do entorno.
Assim, com um alto fluxo permanente dos movimentos pendulares, bem como de contiguidade entre as manchas urbanas. No caso de Madrid e Barcelona, também se verifica que se trata de uma problemática de caráter regional e não de fatos vinculados, exclusivamente, a essas cidades.
Veja-se que um dos aspectos da globalização, além das redes de conexões a escala planetária, foi também o intenso processo de regionalização, ou seja, o desenvolvimento de centros urbanos especializados seja em comércios e serviços, com caráteres metropolitanos; isso, também, a escala global.
Ainda que seja correto entender, que tal processo de metropolização era uma tendência, a mesma foi fortemente intensificada nos últimos 20 anos, produto, de uma maior concentração de estruturas econômicas, notadamente, de tecnologia, educação e saúde, além da potencialização das sinergias locais.
Nesse contexto, a questão mais recente, que estamos observando, é a espacialização dos casos do coronavírus em Nova York. Novamente, pelos dados disponíveis, não se trata da cidade, mas da região metropolitana, na qual operam dinamicamente mais de 10.000.000 de pessoas, e configura junto com a região metropolitana de Washington a megalópole conhecida como “BosWash” com mais de 49.000.000 de pessoas sendo a mais importante região geoeconômica dos Estados Unidos, com uma densidade populacional de 359 pessoas por quilômetro quadrado.
Assim, quando se analisa a expansão do coronavirus para o caso da região de Nova York, os dados mostram que há uma taxa de crescimento exponencial, ou seja, um número crescente de pessoas vão ficar doentes.
Portanto, os dados mais relevantes, para análise territorial da pandemia, estão associados com a taxa de crescimento da doença, número de casos, densidade da população na região afetada e população mais vulnerável ao vírus, e não somente por dados de cidades isoladas, mas por região metropolitana, ou território de aglomeração, haja vista que se trata de uma contaminação que ocorre segundo o Ministério da Saúde, por transmissão de uma pessoa doente para outra ou por contato próximo por meio de: “o toque do aperto de mão é a principal forma de contágio; Gotículas de saliva; Espirro; Tosse; Catarro; Objetos ou superfícies contaminadas como celulares, mesas, maçanetas, brinquedos e teclados de computador etc.” Sendo justamente, essas as condições estimuladas no processo de movimento pendular de caráter regional.      
Destes fatos decorre a nossa preocupação social, técnica e científica a respeito do cenário da evolução de uma crise sanitária na Região Metropolitana de Maringá (RMM), uma vez que se trata de uma região composta por 26 municípios, segundo a Estimativa Populacional do IBGE (2019), com mais de 820 mil moradores, sendo Maringá a sede, onde se concentram 85% da economia da região e 80% dos postos de trabalho.
Isso faz com que ocorra um intenso movimento pendular, com 95.000 (noventa e cinco) mil pessoas saindo dos municípios onde residem, para trabalhar ou estudar em outro. Destas, mais de 70.000 (setenta) mil pessoas vêm todos os dias para Maringá e o restante, 25.000 (vinte e cinco) mil circula entre o seu município de moradia para os demais da região, em especial para Sarandi que recebe 3.500 pessoas e, Jandaia do Sul, 3.000 mil pessoas de outros municípios diariamente.  
Outra preocupação central no âmbito regional, em relação ao Covid 19, cuja informação pode subsidiar o enfrentamento da epidemia, diz respeito ao tamanho da população de idosos. O Censo de 2010 mostrou que havia 89.032 pessoas idosas, o que significava 12,4% do total populacional da RMM. Ao analisar os dados da Estimativa do IBGE para 2019, verifica-se um aumento de quase 14%, que resulta numa população idosa atual de 101.434 pessoas na região, fato que por si já justifica as medidas atuais de isolamento social.
Diante do exposto, entendemos que há uma necessidade urgente para estabelecer uma plataforma institucional de diálogo entre os poderes públicos municipais, integrantes da RMM, como forma de articulação, para o enfrentamento dos efeitos imediatos do Coronavirus, bem como para fins de projetar soluções conjuntas ao desenvolvimento econômico e social após a pandemia.

Dra. Ana Lúcia Rodrigues
Dr. Jorge Ulises Guerra Villalobos
Coordenadora do Observatório das Metrópoles
Núcleo UEM/Maringá
Pesquisador do Observatório das Metrópoles
Núcleo UEM/Maringá