Foto: Renato Domingos https://www.flickr.com/photos/observatoriodasmetropolesmga/15466200449/in/photostream/ |
A
Escola Rural Delfim Moreira é uma das rotas do Trilhas Urbanas na manhã do dia
18 de agosto. De iniciativa do Observatório das Metrópoles Núcleo UEM/Maringá e
do Proext Direito à Cidade, o projeto vai tratar sobre a segregação
socioespacial, enfatizando as medidas utilizadas pelo poder público local para sanar
o problema da ausência de habitação de interesse social, abrigando nas salas de
aula da edificação, em caráter provisório há 19 meses, famílias sem moradia.
O
intuito é demonstrar esse contraponto da Maringá conhecida como um ótimo lugar
para se viver, com Índice de Desenvolvimento Humano no ano de 2013 de 0,808, a
7ª melhor da Região Sul, orgulhando-se em proferir a não existência de favelas
no município, mas, que não garante à maioria de sua população a mesma percepção
dessa cidade propagandeada.
Como
se trata de uma área rural, a presença de animais peçonhentos, excesso de
poeira, contaminação devido às pulverizações nas plantações são rotina na vida
dessas famílias. Assim, ainda permanecem na escola 10 famílias que para não
viverem na rua, pois não possuem condições de pagar aluguel, se submetem ao
desgastante cotidiano de morar em uma localidade sem as mínimas condições para
uma vivência/sobrevivência digna.
Essas
famílias são provenientes de uma ocupação realizada no Conjunto Residencial
Atenas 2, na qual 18 moradias do programa do PAC estavam com suas construções
abandonadas e inacabadas dessa forma, foram ocupadas por 20 famílias que não
tinham onde morar nem condições de pagar aluguel. Persistiram no local até dia
7 de janeiro de 2014, quando, por meio de decisão judicial, a reintegração de
posse foi realizada pela Prefeitura de Maringá.
Na
ocasião, 17 famílias foram realocadas na Escola Rural Delfim Moreira,
desativada há 8 anos e sem nenhuma condição de recebê-las, podendo se destacar
a distância mínima de 7 km do ponto de ônibus mais próximo, a quantidade
insuficiente de salas para todas as famílias, água imprópria para uso, contato
constante com inseticidas e pesticidas, sem o mínimo de segurança para as 30 crianças. A concessão do Aluguel Social as
famílias - conforme Lei Municipal nº 9.579/2013 - foi uma reivindicação feita a
Prefeitura até que todas fossem beneficiadas com a casa própria, o que até o
momento não ocorreu.
Uma
das frentes de atuação do Observatório das Metrópoles é a defesa do direito a
moradia da população da Região Metropolitana de Maringá e o monitoramento a
execução da política pública de habitação de interesse social. Assim, estas
famílias estão sendo acompanhadas desde o início do processo para que, não
apenas elas, mas a população geral, não tenha seus direitos negados, assim como
não sejam expulsas do acesso à cidade. A lista do cadastro por moradia de
interesse social na Secretaria Municipal de Habitação de Maringá é de 19 mil
inscritos.
Mais informações serão repassadas no decorrer
da trilha no dia 18 de agosto, que inclui mais uma rota até um condomínio
residencial nas proximidades da escola rural. A saída é às 8h, em frente à
agência da Caixa Econômica Federal, dentro do Câmpus Sede da UEM. Podem
participar do projeto alunos, professores, servidores e a comunidade em geral.
Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (44) 30114287, ou pelos demais
canais na web.
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