sexta-feira, 14 de agosto de 2015

TRILHAS URBANAS: ESCOLA RURAL AINDA É ABRIGO PARA FAMÍLIAS

         
Foto: Renato Domingos
https://www.flickr.com/photos/observatoriodasmetropolesmga/15466200449/in/photostream/

A Escola Rural Delfim Moreira é uma das rotas do Trilhas Urbanas na manhã do dia 18 de agosto. De iniciativa do Observatório das Metrópoles Núcleo UEM/Maringá e do Proext Direito à Cidade, o projeto vai tratar sobre a segregação socioespacial, enfatizando as medidas utilizadas pelo poder público local para sanar o problema da ausência de habitação de interesse social, abrigando nas salas de aula da edificação, em caráter provisório há 19 meses, famílias sem moradia.
O intuito é demonstrar esse contraponto da Maringá conhecida como um ótimo lugar para se viver, com Índice de Desenvolvimento Humano no ano de 2013 de 0,808, a 7ª melhor da Região Sul, orgulhando-se em proferir a não existência de favelas no município, mas, que não garante à maioria de sua população a mesma percepção dessa cidade propagandeada.
Como se trata de uma área rural, a presença de animais peçonhentos, excesso de poeira, contaminação devido às pulverizações nas plantações são rotina na vida dessas famílias. Assim, ainda permanecem na escola 10 famílias que para não viverem na rua, pois não possuem condições de pagar aluguel, se submetem ao desgastante cotidiano de morar em uma localidade sem as mínimas condições para uma vivência/sobrevivência digna.
Essas famílias são provenientes de uma ocupação realizada no Conjunto Residencial Atenas 2, na qual 18 moradias do programa do PAC estavam com suas construções abandonadas e inacabadas dessa forma, foram ocupadas por 20 famílias que não tinham onde morar nem condições de pagar aluguel. Persistiram no local até dia 7 de janeiro de 2014, quando, por meio de decisão judicial, a reintegração de posse foi realizada pela Prefeitura de Maringá.
Na ocasião, 17 famílias foram realocadas na Escola Rural Delfim Moreira, desativada há 8 anos e sem nenhuma condição de recebê-las, podendo se destacar a distância mínima de 7 km do ponto de ônibus mais próximo, a quantidade insuficiente de salas para todas as famílias, água imprópria para uso, contato constante com inseticidas e pesticidas, sem o mínimo de segurança para as  30 crianças. A concessão do Aluguel Social as famílias - conforme Lei Municipal nº 9.579/2013 - foi uma reivindicação feita a Prefeitura até que todas fossem beneficiadas com a casa própria, o que até o momento não ocorreu.
Uma das frentes de atuação do Observatório das Metrópoles é a defesa do direito a moradia da população da Região Metropolitana de Maringá e o monitoramento a execução da política pública de habitação de interesse social. Assim, estas famílias estão sendo acompanhadas desde o início do processo para que, não apenas elas, mas a população geral, não tenha seus direitos negados, assim como não sejam expulsas do acesso à cidade. A lista do cadastro por moradia de interesse social na Secretaria Municipal de Habitação de Maringá é de 19 mil inscritos.
  Mais informações serão repassadas no decorrer da trilha no dia 18 de agosto, que inclui mais uma rota até um condomínio residencial nas proximidades da escola rural. A saída é às 8h, em frente à agência da Caixa Econômica Federal, dentro do Câmpus Sede da UEM. Podem participar do projeto alunos, professores, servidores e a comunidade em geral. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (44) 30114287, ou pelos demais canais na web.





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